Antes de “Perispírito”.....
...tenho que expressar uma....digamos....crítica ao que ouvi no meio espírita, a respeito de genética e moralidade, pois, “devemos”, ao menos, colocar algumas interrogações.
Vamos lá!
Com as novas descobertas, no estudo da genética, está havendo uma verdadeira revolução no “conhecimento”; temos transferências de genes em vegetais e animais, para que estes possuam características economicamente desejáveis (como a soja transgênica, na qual foi “inserido” um gene responsável por sua resistência a um determinado agrotóxico) e até a grande revolução no tratamento de nossas enfermidades, com a pesquisa de células troncos.....uma verdadeira revolução em nossa história científica, mas...
...devemos refletir sobre o assunto e, principalmente, sobre as informações que são colocadas pela mídia, pois, contamina os menos avisados em relação ao verdadeiro alcance destas pesquisas. “Estão” colocando responsabilidades morais sobre os genes...pois é...foi isto que ouvi.....”que alguns genes são responsáveis pelas viciações e determinados caracteres desejáveis e indesejáveis em nossa personalidade”, ou seja: “os genes ditam o nosso comportamento e determinam os traços de nossa personalidade”.
A genética, neste terreno, ainda está começando...iniciando uma jornada muito brilhante no “conhecimento”, portanto, o cuidado com as declarações deve ser grande, pois, é necessário a experimentação para a comprovação das descobertas, ou pelo menos das observações, para que “
não se tome a nuvem por juno”, como dizia
José Herculano Pires.
Não podemos, de forma tão simplória, dizer que os genes são responsáveis por características morais, tais como as viciações e toda gama de características da personalidade do indivíduo, tentando, de certa maneira, colocar um "problema moral" sobre a responsabilidade da matéria.
Ora, estando já passados da “
Teoria do Criminoso Nato” e das “conclusões” da “
Frenologia”, pergunto:
Onde a responsabilidade do indivíduo perante suas atitudes, se “geneticamente” ele “foi projetado” para ser vicioso?
Como culpar o indivíduo de uma viciação se “geneticamente” ele está destinado pelos seus genes (desculpem a redundância, mas, é preciso) a ser de tal maneira?
O indivíduo lutando contra sua destinação genética, pois, lhe é imposto um modelo de comportamento social, quem vencerá? E se perder....será culpado?Estamos sob a égide de uma ditadura científica/genética (comandadas por investigadores de ideologia eminentemente materialista), que, ainda incipiente, faz com que algumas descobertas sejam colocadas, principalmente pela mídia insipiente, porém, eficiente nos seus propósitos, como verdades absolutas.
O "pesquisador", tentando explicar nossas anomalias comportamentais, apela para um mecanicismo ultrapassado e arcaico, declarando que tudo gira em órbita da genética, apequenando, amesquinhando e reduzindo o "ser" a uma “cadeia genética”.
Tenhamos paciência, pois, é necessário tempo, uma vez que a filosofia, auxiliar e propulsora da ciência, constantemente promove um realinhamento das “verdades científicas”; além do mais, as observações e conclusões de uma pessoa podem ser diferentes das de outra pessoa, podendo reformular, acrescentar ou contrariar.
Vejamos:
Freud,
Adler e
Yung.....estudando o mesmo objeto.....quanta diferença em suas conclusões, mas, isto não quer dizer que estavam errados, cada um enxergou um lado, uma faceta, chegando a conclusões diversas, porém, fragmentadas em relação à construção de nossa personalidade.
O próprio
Cesar Lombroso, filósofo e pesquisador, influenciado pela frenologia cria a
Teoria do Criminoso Nato, porém, rendendo-se aos fatos experimentados por ele e, como que contradizendo sua teoria, lança o livro "
Hipnotismo e Mediunidade".
Quando estes postulados forem realmente provados, poderemos incorporar à Doutrina Espírita, e, assim, se verdade for, "
SEUS PROBLEMAS ACABARAM”, pois, os distúrbios e "defeitos" comportamentais poderão ser solucionados com um simples tratamento genético quando da fecundação, substituindo os genes causadores dos “defeitos morais”, por genes moralizadores e/ou moralizados (sei lá!), surgindo, desta maneira o “Super Homem” ou o "Homem Transgênico”, totalmente “construído” com “genes incorruptíveis”.....O problema vai ser com os naturalistas e consumidores de “produtos orgânicos”................Todo indivíduo transgênico deverá ter, em sua identidade ou tatuado em seu corpo, a seguinte informação:
"PRODUTO TRANSGÊNICO"!
Em breve, pediremos auxilio ao filósofo ignorante para colocar alguns questionamentos a respeito deste assunto, tão polêmico e tão pouco estudado.