domingo, 31 de maio de 2009

A Inteligência Suprema

Olá, pessoal!


Antes de começarmos a conversar sobre a fenomenologia espiritual, vamos ousar colocar algumas interrogações a respeito do que chamamos de Deus.
Acostumamos a falar Dele com tanta intimidade, que O colocamos em nosso cotidiano... é um tal de “Se Deus quiser”, “graças a Deus, “Deus quis assim” etc..., mas, em nenhum momento pensamos Nele como a “Inteligência Suprema” e desconhecemos suas Leis. Nunca raciocinamos ao lidar com as concepções arcaicas e multimilenares de uma “Coisa” que, “achamos” reger as nossas vidas, ordenar as coisas, governando o universo. Criamos auxiliares para Deus, que governam planetas, paises, etc, mas, ainda, nunca raciocinamos sobre as “coisas”. Penso, em verdade, que temos medo de raciocinar, de inquirir sobre essas “coisas” que nos ensinaram, que nos meteram “goela abaixo”, pensando no castigo em desafiar os “mistérios”.
Vemos pessoas dotadas de inteligência acima da média, repetindo jargões, perpetuando conceitos e temendo quebrar paradigmas que já não mais se coadunam com nosso tempo, mas, como sempre, nunca paramos para pensar na “Causa primária de todas as coisas”; isto tudo só colabora para o abandono, a apostasia das religiões, vivendo num mundo de fantasias, tentando agradar a Deus de todas as formas, inclusive com um “trocadinho”; É verdade.........
Vejamos...
Desde o inicio de nossa civilização, nos relacionamos com o invisível; mesmo em nossa infância intelectual, em nossa “fase do concreto”, fase em que, devido a nossa apoucada inteligência, não podíamos formar sistemas baseados na idéia do Espírito, tão refinada e abstrata. Assim, a nossa crença, de homem primitivo, só poderia ser fundamentada na experiência objetiva do fato: o relacionamento com seres, que hoje chamamos de espíritos.
Como ainda não entendíamos a natureza e suas leis, achávamos que tudo era “um deus”, mas, com o caminhar da evolução, vimos as idéias, ou concepções que tínhamos de um Deus se afastarem do primitivismo, mas, sempre, possuíam a tonalidade inerente ao nosso estágio intelectual.
Estas idéias, ou concepções, vão se refinando e, se afirmando como necessidade básica do homem em procurar, para si, uma explicação para o Universo. Assim, pode-se dizer que o Deus que nós adoramos é fruto de nossas concepções, é um espelho das nossas necessidades e tendências. Assim, vemos, desde uma idéia acanhada – porém proporcional ao estágio intelectual – de um Deus do Trovão, das Águas, dos Exércitos, dos Céus, até a mais refinada Concepção Existencial de Deus – que é consequência de todo um processo – um esforço intelectual de varias correntes cognitivas, passando pelas religiões primitivas fundamentadas no animismo, atravessando a fase antropomórfica, absorvendo idéias panteístas e incorporando noções científicas.
Mesmo assim, é certo que, a distância entre Deus e o homem, que se expressa pela dificuldade de entendimento, é incomensurável. Paradoxalmente, esta distância também é pequena, pois, “...vocês são deuses”, Ele se encontra “dentro” de nós e se faz representar através das leis naturais, sejam físicas, biológicas ou morais; ressaltando-se que esta representação não significa ausência diretora, mas um atestado de igualdade.
Um dia, quando conhecermos, conscientemente, estas leis que regem todo o Universo, os mistérios deixem de existir.
Para finalizar, deixo a frase final que Voltaire colocou na boca de “Cândido, o Otimista”, expressando que “gastamos” muito tempo e energias mentais tentando descrever Deus, enquanto poderíamos ocupar, de forma mais eficaz, nossas mentes, tentando compreender a nós mesmos e nossas loucuras, portanto, gente.....

.....“é preciso cultivar nosso jardim”

sábado, 23 de maio de 2009

Começando nossa viagem pela Fenomenologia Espiritual.



Muito bem, pessoal!

O tema mais votado (40%), em nossa enquete, foi “Ciência espírita: fenomenologia espiritual”. Com isto, vemos uma lacuna dentro da divulgação da Doutrina Espírita. Desta forma, iniciaremos nossa postagem com base neste tema, mas queremos deixar bem claro que não queremos, com isto, avalizar o que chamam por aí de “Espiritismo Científico”, mas, tornar claro o que Kardec chamou de “fé raciocinada”, ou seja, a “que enfrenta a razão, face a face, em qualquer época da humanidade”.

Vamos lá...... comecemos com uma das belas frases de Léon Denis:

“A humanidade, cansada de dogmas e de especulações sem provas, mergulhou no materialismo ou na indiferença. Não há salvação para o pensamento, senão em uma doutrina baseada na experiência e o testemunho dos fatos.”

Pois bem. O “fenômeno” imprime convicção ao adepto e expressa entendimento aos não adeptos e simpatizantes; foi utilizado por Jesus, não para “ganhar” notoriedade, mas para, com base em nossa natureza “do ver para crer de Tomé”, inserir credibilidade às suas palavras. Não queremos, com isto, dizer que Jesus baseou sua doutrina nos fenômenos, mas que se utilizou deles como forma de atrair a atenção das pessoas para, assim, expor sua doutrina.

O próprio Kardec foi atraído pelo “fenômeno”, pois a insistência de Fortier, seu amigo e colega de estudo sobre magnetismo, fez com que ele observasse as “mesas girantes” e, fortificando sua curiosidade, iniciasse seu “trabalho” de pesquisa para embasar a “Codificação”.

O “fenômeno”, para muitos, é a “Estrada de Damasco” de Saulo de Tarso, que precisou ser impactado para, pelas mãos de Ananias, entender um pouco da filosofia cristã e renascer Paulo de Tarso.

Podemos ver que, após Kardec, muitas pesquisas embasaram os “grandes divulgadores” da Doutrina Espírita, a exemplo de César Lombroso, Willians Crooks, Alexander Aksakof e muitos outros. Estes intelectuais efetuaram pesquisas, a priori, no intuito de negar os “fenômenos espirituais”; porém, após prolongadas e exaustivas pesquisas, saíram com a convicção da “existência do ser”, divulgando suas pesquisas e as conseqüências morais para a humanidade.

No Brasil, talvez por sua vocação religiosa, muito pouco se pesquisou, ou, pelo menos, pouco foi divulgado; citamos o trabalho de Nogueira de Faria, autor do livro “O Trabalho dos Mortos” ou “Livro do João” (Editora FEB), que relata as experimentações realizadas pela família Prado em Belém do Pará; na atualidade, o trabalho desenvolvido, aqui em Salvador, por Carlos Bernardo Loureiro (jornalista, pesquisador e divulgador da Doutrina) que executou excelentes estudos no campo da materialização de espíritos em Salvador, Bahia, porém, não foi convenientemente divulgado.

Vemos, também, o trabalho extraordinário de José Medrado no campo da psicopictografia, que contribuiu para este grande divulgador da Doutrina Espírita transmitir a “Boa Nova” de forma adequada ao nosso tempo e à atual sociedade, com a convicção e a firmeza que lhe é peculiar.

Enfim, o entendimento da fenomenologia espiritual traz a convicção em nossa fé e nos aproxima da Inteligência Suprema, “causa primária de todas as coisas”.

Assim, nossa pretensão é de publicar uma série de artigos contendo substância para o entendimento da fenomenologia espiritual e, com isto, fornecer subsídios para a convicção dos que, com esforço, procuram uma “base física” ao conhecimento de si mesmo, pois, parafraseando Aristóteles, “nada há no intelecto que, primeiramente, não passe pelos sentidos”.

Aí, pessoal, vocês podem participar, enviando comentários, sugestões e perguntas, que serão respondidas com outros comentários ou em outra postagem.

Newton Simões