sábado, 21 de maio de 2011

Anacronismo Religioso - Patrulhamento Social

É chegada a hora, ou melhor, já passou da hora, estamos atrasados!
A humanidade sempre necessitou de códigos de conduta para reger as relações sociais; sejam leis, normas, regras ou até preconceitos que faziam parte dos costumes e da cultura, sempre serviram, de acordo à maturidade da sociedade, ou melhor, de acordo ao grau de evolução intelecto-moral dos indivíduos formadores da sociedade.

Não nasci há dois mil anos atrás e muito menos há mais de quatro mil anos atrás (ou pelo menos não me lembro), mas, a “história” nos conta que éramos menos evoluídos que hoje, portanto, necessitávamos de condutores que norteassem nossa conduta em sociedade, como num “contrato social”.

A idéia de um Deus sempre foi proporcional à necessidade da sociedade em evoluir, esta idéia sempre pairava sobre as cabeças dos componentes da sociedade, direcionando-os. Vimos deuses que se imiscuíam com os componentes da sociedade, praticando “coisas” de homem. Vimos, também, deuses condenando à morte, até por apedrejamento, deuses ditando normas de conduta até com o tratamento dos homens com os animais.

A história nos "fala", em registros datados de, aproximadamente, 4.000 anos, que, em certas civilizações, o deus idealizado à época, gostava de sacrifícios de animais, saboreando o cheiro da fumaça da gordura queimada, necessitava até de sacrifícios humanos. Um deus irado que mandava invadir as terras alheias matando todos os seres viventes que respirassem. Este deus não mais é cabível em nossa sociedade, haja vista que nossas leis são mais humanas, ou até mais “divinas”, que as ditadas por “deuses” do passado.
A idéia de um Deus, inata no gênero humano, sempre evolui com o crescimento intelecto-moral do homem, desta forma, esta “concepção de Deus” é mutante, portanto, não é uma verdade absoluta, é relativa ao padrão evolutivo do “homem”.
Alguém, reformulando conceitos e preconceitos, disse há dois mil anos atrás:
“vocês ouviram dizer: olho por olho e dente por dente, EU, PORÉM, DIGO: AQUELE QUE LHE BATER NA FACE DIREITA, APRESENTA TAMBÉM, A OUTRA.”
“vocês ouviram dizer: ame o seu próximo e odeie o seu inimigo, EU, PORÉM, DIGO: AMEM OS SEUS INIMIGOS E OREM PELOS QUE LHES PERSEGUEM E CALUNIAM.”
Desta forma, Jesus, como que revogando uma constituição, estabelece nova lei, de perdão, de reconciliação, de não retaliação, se não “amor”, pelo menos respeito pelo próximo.

Este Jesus, dos que se dizem, verdadeiramente, cristãos, apresenta uma nova idéia de Deus, um Deus Pai, que, respeitando a maturidade de seus filhos, não os castiga com a morte, ou com a desgraça dos descendentes até a décima geração, pelo contrário, recomenda o perdão das ofensas.

Ainda estamos por absorver esta “concepção de Deus”, esta idéia que estabelece como único representante de Deus, a consciência, quando Ele coloca:
Faça aos outros, aquilo que gostaria que os outros lhe fizesse; ame seu próximo.
Portanto, gente, é chegada a hora de revermos nossos conceitos e preconceitos. Não podemos, a este tempo, segregarmos as pessoas devido ao fato de se comportarem de maneira diversa da nossa.
Deus, não vai sair dos “seus cuidados cósmicos” – C.B.Loureiro - para patrulhar nossa sociedade, punindo aqueles que, por terem evoluído, se recusam a obedecer aos seus códigos de conduta anacrônicos, pois, ditados há mais de quatro mil anos atrás, quando este mesmo deus ainda não possuía status de Pai.
Deus não precisa e não outorgou a supostos representantes, procuração para patrulhamento da sociedade (peo menos não encontrei em nenhum cartório). Os homens evoluem e, como consequência, a sociedade também evolui.

ODRES NOVOS PARA VINHOS NOVOS E "A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR".

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